escrito por Renato Maia
CTO do Grupo TechBiz
Precisamos reconhecer os exageros. O marketing hiperbólico e excessivo. Quem, afinal de contas, quer realmente uma escova de dentes elétrica com uma suposta Inteligência Artificial embutida? Sim... em determinados momentos é cansativo. Mas se conseguirmos dissipar este nevoeiro dos abusos oportunistas, impossível não perceber que vivemos uma verdadeira revolução tecnológica. Uma nova corrida do ouro, onde o principal fabricante das picaretas modernas (a NVIDIA com suas placas aceleradoras de IA) se tornou a empresa mais valiosa do mundo. Enquanto a OpenAI e centenas de empresas investem bilhões, digladiando entre si por acesso ao ferramental necessário para nos entregar o sonho da inteligência artificial geral.
Desde os primórdios da ciência da computação e da tecnologia da informação aplicada aos negócios, nossos esforços se concentraram em processar bits. O bit, 0 ou 1, a presença ou ausência de sinal elétrico, sempre foi nossa unidade básica de processamento. Executar velozmente o conjunto de operações binárias necessárias fez com que um quase duopólio Intel-Microsoft prosperasse por décadas.
No novo mundo da Inteligência Artificial, processar bits se tornou quase irrelevante. O que interessa agora são os “tokens” (podem ser simploriamente aproximados como “1 token = 1 palavra”). Modelos de IA processam e produzem tokens. Têm sua capacidade de memória (contexto) definida em quantidade de tokens. E este simples fato, muda e mudará tudo. Nos últimos 18 meses o custo médio de se processar 1 milhão de “tokens” usando modelos comerciais caiu de U$ 36,00 para U$ 0,25. E este valor continua em tendência de queda. Integrar inteligência em toda e qualquer solução de software já é viável economicamente.
Seremos todos atropelados por esta nova onda. Nada permanecerá como antes. Teremos, por um lado, novos desafios e artefatos digitais a investigar. Por outro, acesso a ferramentas e soluções anteriormente inimagináveis. A natureza sensível e confidencial dos nossos dados (tokens), entretanto, nos exigirá cuidados adicionais na adoção e uso destes novos modelos. Desenvolver a capacidade de executar modelos de IA localmente, em modo privado, poderá ser uma competência fundamental.
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Até a próxima.
escrito por Renato Maia
CTO do Grupo TechBiz
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