Zero Trust: o que é e como implementar?
O Zero Trust é um modelo de segurança cibernética que se baseia no princípio de confiança zero, ou seja, “nunca confiar, sempre verificar”. A prática amplia consideravelmente o grau de segurança nos recursos de rede, reduzindo consideravelmente o risco de ataques.
O estudoInnovation Index, realizado pela Dell Technologies, trouxe revelações importantes para o setor. A empresa entrevistou mais de 6.600 executivos em 45 países, incluindo 300 no Brasil e constatou que apesar de seis em cada dez empresas brasileiras declararam ter alta confiança na integração da segurança da informação em suas tecnologias e aplicações, 71% dos responsáveis pelas decisões de tecnologia da informação nessas companhias admitem que ainda não exploraram e implementaram uma arquitetura de Zero Trust.
Neste artigo, você vai entender melhor o que é esse modelo, a sua importância, benefícios e um passo a passo que vai ensinar como implementar. Acompanhe!
O que é Zero Trust?
O Zero Trust é um modelo de segurança cibernética que parte do princípio de "nunca confiar, sempre verificar". Ele se baseia na ideia de que nenhuma entidade, seja ela dentro ou fora da rede da organização, deve ser considerada confiável por padrão. Em vez disso, todos os usuários e dispositivos devem ser autenticados e autorizados continuamente antes de terem acesso aos recursos da rede.
Esse modelo se diferencia da abordagem tradicional de segurança, que confia implicitamente em usuários e dispositivos dentro da rede. O Zero Trust adota uma postura mais rigorosa, exigindo verificação constante e controle de acesso granular. Isso significa que mesmo usuários e dispositivos que já foram autenticados precisam passar por verificações adicionais ao tentar acessar recursos específicos da rede.
A autenticação multifator (MFA) é um exemplo do Zero Trust funcionando na prática. Imagine um funcionário que precisa acessar um sistema interno da empresa. Com o MFA, ele precisaria inserir não apenas sua senha, mas também um código gerado em seu smartphone ou outro dispositivo.
Essa camada extra de segurança dificulta a ação de criminosos que possam ter obtido a senha deste funcionário.
Qual a importância na proteção contra ameaças externas e internas?
Ameaças internas, como funcionários mal-intencionados ou negligentes, podem causar vazamentos de dados confidenciais, sabotagem de sistemas e fraudes financeiras.
Já as ameaças externas, como hackers, malwares e ataques de ransomware, podem resultar em roubo de informações, interrupção de serviços e danos à reputação da organização.
A falta de proteção adequada contra essas ameaças pode ter consequências devastadoras, como perdas financeiras, processos judiciais, danos à imagem da empresa e até o fechamento do negócio.
Por isso, é fundamental que empresas e organizações invistam em medidas de segurança de zero trust, combinadas com o uso de firewalls, antivírus, sistemas de detecção de intrusões, políticas de acesso restrito e treinamentos de conscientização para funcionários.
O Innovation Index revela que os dois principais desafios de segurança que limitam a capacidade de inovação das empresas são, primeiramente, a complexidade geral do ambiente computacional atual, em constante evolução; e, em segundo lugar, o cenário dinâmico de ameaças cibernéticas.
Essas questões evidenciam a dificuldade da segurança cibernética e a importância de implementar uma abordagem de Zero Trust a fim de garantir a proteção interna e externa das organizações.
Quais são os benefícios do Zero Trust?
O modelo de segurança Zero Trust oferece diversos benefícios para empresas e organizações, ajudando a proteger contra ameaças cibernéticas e a garantir a segurança dos dados.
- Redução do risco de violações de dados — exigindo verificação contínua e privilégio mínimo, o Zero Trust dificulta o acesso de invasores a dados confidenciais, mesmo que eles consigam penetrar na rede.
- Limitação do impacto de ataques cibernéticos — a microssegmentação da rede impede que um ataque se espalhe para outras áreas, limitando o dano causado.
- Melhora da visibilidade e do controle da rede — o monitoramento constante do tráfego de rede permite detectar atividades suspeitas e responder rapidamente a incidentes.
- Simplificação da conformidade com regulamentações de segurança — o Zero Trust ajuda as organizações a cumprir regulamentações de segurança de dados, como a LGPD, ao garantir que apenas usuários autorizados tenham acesso a informações confidenciais.
- Proteção contra ameaças internas — o modelo não confia em nenhum usuário, incluindo funcionários, o que ajuda a prevenir ataques internos causados por negligência ou má intenção.
- Habilitação do trabalho remoto seguro — com o Zero Trust, o acesso aos recursos da rede é concedido com base na identidade do usuário e no contexto do acesso, independentemente da localização.
Apesar de todos esses benefícios, a implementação do modelo traz alguns desafios. A complexidade da implementação é um dos principais obstáculos, uma vez que exige uma mudança significativa na arquitetura de segurança da organização, o que pode ser um processo complexo e demorado.
O custo da implementação também pode ser um fator limitante, exigindo investimentos em novas tecnologias e ferramentas de segurança. Em geral, apesar de demandar alto investimento, o custo-benefício tende a compensar os gastos, à medida que o Zero Trust mitiga riscos, inclusive atrelados à segurança financeira.
A mudança cultural é outro desafio importante, exigindo a transição de uma postura de confiança implícita para uma cultura de verificação constante. Por fim, a integração com sistemas legados também pode ser um obstáculo, exigindo adaptações e atualizações para garantir a compatibilidade com o modelo Zero Trust.
Como implementar o Zero Trust em uma empresa?
A implementação do Zero Trust é um processo complexo que exige planejamento cuidadoso e uma abordagem gradual. Para quem está pensando em adotar o modelo, é interessante entender as necessidades da sua operação e contar com o suporte de empresas especializadas em segurança cibernética.
Avaliação inicial
A implementação começa com uma avaliação inicial na qual se realiza o mapeamento dos ativos, a análise de riscos e a definição de objetivos.
O mapeamento contempla a identificação de todos os recursos da rede, incluindo dados, aplicativos, dispositivos e usuários. Depois, na análise de riscos, se avaliam as vulnerabilidades da rede e os riscos de segurança existentes.
Nesta primeira etapa também são definidos os objetivos, ou seja, metas para implementação do Zero Trust. As metas variam de acordo com o perfil e necessidades de cada organização, mas podem incluir: redução de riscos de violação de dados ou melhorar a conformidade da empresa com as regulamentações e normas em vigor.
Definição das políticas de acesso
A segunda fase é a estruturação das políticas de acesso. Em geral, ela costuma incluir práticas como o princípio do privilégio mínimo, autenticação multifator (MFA) e controle de acesso granular.
- Princípio do privilégio mínimo — concede aos usuários apenas o acesso necessário para realizar suas tarefas.
- MFA — exige que os usuários forneçam múltiplas formas de identificação antes de acessar os recursos da rede.
- Controle de acesso granular — definição de políticas de acesso específicas para cada recurso da rede, com base na identidade do usuário, no contexto do acesso e em outros fatores.
Implementação de soluções de segurança
A implementação de soluções de segurança varia de acordo com as particularidades e as políticas de acesso de cada empresa. Ela pode contemplar a microssegmentação da rede, adoção de ferramentas de monitoramento e automação.
- Na microssegmentação, a rede é dividida em pequenas zonas isoladas, limitando o movimento lateral de ameaças.
- As ferramentas de monitoramento ajudam a detectar atividades suspeitas na rede.
- Soluções de automação permitem aplicar as políticas de segurança de forma mais eficiente e consistente.
Treinamento e conscientização
Concomitante ao processo de implementação, a empresa precisa investir no treinamento das suas equipes. Eduque os funcionários sobre os princípios do Zero Trust e as políticas de segurança da empresa e os mantenha atualizados sobre as últimas ameaças cibernéticas e as melhores práticas de segurança.
Monitoramento de desempenho e otimização
Por fim, com o Zero Trust implementado, é necessário manter práticas de monitoramento contínuas: acompanhar os desempenho das soluções, fazer ajustes, manter as políticas de acesso atualizadas e avaliar regularmente a eficácia da implementação do Zero Trust.
Vamos trazer todo esse passo a passo para um exemplo prático? Imagine uma empresa de serviços financeiros que decide implementar o Zero Trust para proteger os dados confidenciais de seus clientes.
A organização começa mapeando todos os seus ativos e identificando os riscos de segurança. Em seguida, define políticas de acesso granulares, exigindo MFA para todos os usuários e concedendo acesso apenas aos dados necessários para cada função.
Após, ela implementa soluções de microsegmentação e monitoramento contínuo, além de treinar seus funcionários sobre as políticas de segurança. Seguido da implementação, a organização precisa monitorar o desempenho das soluções de segurança e atualizar suas políticas conforme necessário, garantindo a proteção contínua dos dados de seus clientes.
A implementação do Zero Trust, embora desafiadora, oferece benefícios significativos que superam os obstáculos. Priorizando o princípio de zero confiança, as organizações demonstram seu compromisso com a segurança cibernética, garantindo a proteção de seus ativos, o respeito aos regulamentos e legislações vigentes e a confiança de seus clientes.
____________________________________________________________________________________
Adotando o princípio de "nunca confiar, sempre verificar", o Zero Trust redefine a segurança cibernética, exigindo autenticação e autorização contínuas para todos os usuários e dispositivos, independentemente de sua localização. Essa mudança de paradigma garante a proteção de dados confidenciais, limita o impacto de ataques e simplifica a conformidade com regulamentações, tornando-se um investimento inteligente para quem busca segurança digital.
Quer investir na proteção da sua empresa? Acesse nosso site e implemente o Zero Trust!